sábado, 9 de janeiro de 2010

Por que Inuyasha é tão especial?



Rumiko Takahashi iniciou a sua carreira promissora com o mangá Urusei Yatsura, que por sua vez é recheado de comédia e ficção científica. Uma série bem leve, pra acompanhar sem qualquer compromisso. Veio então outros grandes sucessos, seguindo mais ou menos o mesmo estilo: Maison Ikkoku, Ranma 1/2 e alguns one-shots. Mas em 1996, algo meio incomum surgiu nas páginas da revista Shounen Sunday. Finalmente a autora decidiu investir em um público pouco explorado por ela, o masculino, escrevendo Inuyasha.


Os trunfos do cão-demônio


Não duvidei das habilidades da mangaká, no entanto não botei muita fé nesse novo projeto. Ela estava acostumada em escrever algo mais "leve", com muita comédia, onde a ação era utilizada em poucos momentos. Portanto, quando fui ler Inuyasha esperva mais um shounen "meia-boca", desses que a gente encontra com facilidade por aí, com uma história ridícula, sem emoção. No entando, eu estava enganado. A série está repleta de qualidades e espécies de combinações que a deixam anos-luz à frente de outros companheiros do gênero. Duvida? Vou lhe mostrar:

O Japão Feudal: É anormal dar destaque para isso, no entanto poucos mangás mencionam tanto assim a cultura local. Às vezes encontramos só algumas palavras em japonês, como por exemplo, shinigami, que faz referência ao deus da morte, na cultura japonesa. Entretanto, em Inuyasha é diferente, afinal somos "transportados" para a Era Edo e através do mangá podemos ver como era a vida dos aldeões antigamente (Sem os youkais, claro). Nessa época, guerras civis aconteciam com frequência e algumas citações eram feitas na obra de ficção, como quando Seshoumaru ataca um exército.

O Romance: Estranho isso quando se trata de um shounen, não? Rumiko soube dosar os momentos de romance com perfeição, deixando a série um pouco mais realista. Kagome aos poucos vai nutrindo sentimentos pelo meio-youkai e outros personagens também começam a dificultar essa relação impossível. É interessante acompanhar isso em meio a lutas fervorosas e reviravoltas.


O Carisma: Uns dos melhores personagens já criados fazem parte do mangá. Os cinco protagonistas são excelentes e coadjuvantes como Seshoumaru, Kouga, Kikyou e outros também são marcantes. Tem ainda um dos maiores vilões: Naraku. O cara é mau mesmo, poderoso e inteligente.

Existem outros fatores diferenciais, mas não vou entrar em muitos detalhes aqui. Ah sim, após muito tempo Inuyasha terminou no mangá e o quanto ao seu final... Posso dizer que não foi decepcionante como é do costume da autora. Para aqueles que acompanharam Ranma 1/2 virão como ela é capaz de criar histórias maravilhosas e encerrá-las de forma melancólica, deixando os fãs furiosos.



Veja com cautela!


Aqui mora o grande problema em acompanhar Inuyasha. O mangá tem 56 volumes e o anime 167 (fora o "Final Act") e o que esperar disso tudo? MUITA enrolação. Se Rumiko planejava criar uma série de longa duração, ela deveria ter feito vários inimigos para o meio-youkai, vários arcos ou algo do tipo. Na verdade, só existe uma grande ameaça durante todo esse tempo, Naraku. Por isso muita coisa demora pra acontecer e quando finalmente pensamos que tudo vai acabar, o vilão escapa e lá vai o quinteto atrás dele novamente, para depois, o mesmo ocorrer... É irritante. Por incrível que pareça, os fillers são bons. A coisa só fica chata mesmo em alguns episódios que mesmo seguindo o mangá são apenas para encher linguiça.

Entretanto, se você não quiser assistir/ler vai perder muita coisa boa, portanto veja sem pressa ou compromisso. Garanto que você vai adorar conhecer o Sengoku Jidai.

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